Em 1974, Emily Kingsley, uma das argumentistas da famosa série televisiva Rua Sésamo, teve um filho a quem foi diagnosticado Síndrome de Down logo nas primeiras horas de vida.
Foi-lhe dito pelo médico assistente: “Your child will be mentally retarded. He’ll never sit or stand, walk or talk. He’ll never read or write or have a single meaningful thought or idea. The common practice for these children is to place them in an institution immediately”. O médico foi tão longe que chegou a aconselhá-la a ir para casa e dizer aos amigos e familiares que a criança tinha morrido à nascença.
Em 2012, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convidou a actriz Lauren Potter, portadora de Síndrome de Down, para assessora do Comité para Portadores de Deficiência Intelectual.
A actriz, famosa pela sua participação na série televisiva Glee, partilhará com o líder mundial os seus pontos de vista sobre temas tão relevantes como a educação, a posse de habitação ou a profissionalização de pessoas com este tipo de deficiência.
Potter irá juntar-se a outros 33 oficiais do governo para trabalhar na mudança e Obama sente que se trata de um elemento com uma enorme mais valia. Afirma “Sinto-me grato por estas talentosas e dedicadas pessoas terem concordado em desempenhar este papel e dedicarem o seu talento para servir o povo americano. Estou desejoso de trabalhar com eles nos próximos meses e anos”.
Não sei quantos pais, mães, professores e técnicos foram precisos durante estes trinta e oito anos para passar de um extremo a outro. Mas sei que serão precisos outros tantos e mais trinta e oito anos para que um dia as Lauren Potters deste mundo já não sejam notícia.
Francisca Prieto, in forteapache.blogs.sapo.pt