Cada vez mais penso que não temos de colocar questão nas escolas inclusivas para os nossos meninos com Trissomia 21.
Acredito que, na generalidade, vai sendo desenvolvida a inclusão nas escolas públicas (pelo menos onde conheço). O que penso que vai faltando é formação e senso comum a muitos educadores…No início do ano lectivo foi um stress porque a educadora da sala do Bruno estava de baixa… Finalmente foi colocada uma educadora, à qual o Bruno se adaptou (e eu também).
Em Março a educadora da sala regressou e começámos logo muito mal. Num dos primeiros dias dela, a dita senhora, liga-me e diz-me: "Sabe, é a primeira vez que tenho um mongolóide na sala. Eu vou trabalhando com os outros meninos da sala e quando consigo um bocadinho tento trabalhar com o Bruno. Até porque o Bruno precisa de ficar no mundo dele".Quem me conhece sabe tudo o que me passou pela cabeça e o que eu cheguei a dizer…Mas não é por isso que agora escrevo. Esta "senhora", ao fim de três meses e pouco, cansou-se de "aturar meninos" e voltou a meter baixa…Voltaram os problemas… O que fazia com o Bruno? Onde o deixava? Finalmente, duas semanas depois foi colocada outra educadora… Mais uma batalha, mas pelo menos o menino estava de volta à escola…No dia 8 de Julho, a educadora da sala regressou depois da baixa, para estar dois dias com os meninos… E fazer a avaliação… Hoje fui à escola para a reunião de avaliação da educadora da sala (que felizmente nada tem a ver com a avaliação da educadora de apoio e do Diferenças) …
Nesta avaliação, o Bruno praticamente não tem itens adquiridos. Está quase tudo não adquirido. Inclusive, o menino diz bastante perceptível o meu nome, e de forma menos perceptível, mas completo, o nome dele.Ambos estes itens foram considerados não adquiridos. Depois itens que todos sabemos que o Bruno tem emergentes, como saltar ao pé-coxinho (ele ainda cambaleia muito e tem necessidade de por o outro pé no chão), a "senhora educadora" considerou adquirido…
Será que os educadores não sentem a menor necessidade de conhecer os meninos que têm na sala? Serve-me apenas de "algum consolo" o facto de não ter sido só ao meu menino que a avaliação foi mal feita. Esta avaliação também foi mal feita a um menino hiperactivo da sala do Bruno.Felizmente, na escola do Bruno há uma educadora que vem do ensino especial. Em princípio, no próximo ano lectivo, o Bruno passará a frequentar a sala desta educadora…
Maria João Pereira (mãe do Bruno, 4 anos)
O Bruno frequenta a escola JI/EB1 da Castanheira do Ribatejo
1 comentário:
Infelizmente, em todas as profissões há pessoas muito incompetentes. Coragem mãe !
Vivam as educadoras queridas, competentes, carinhosas, que adoram o seu trabalho !
tia luísa
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