domingo, 30 de novembro de 2008

Melhores nadadores do mundo com síndrome de Down competem em Albufeira

http://barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=28689&tnid=4

Piscinas municipais de Albufeira recebem, a partir desta sexta-feira, três centenas de atletas com síndrome de Down, numa competição que pretende apurar o próximo campeão do mundo.
Os 18 atletas da selecção portuguesa já começaram o estágio para o 4º Campeonato do Mundo de Natação Síndrome de Down, nas piscinas municipais de Albufeira, na segunda-feira passada, mas, a partir de hoje e até dia 3 de Dezembro, têm que partilhá-las com os nadadores rivais, oriundos de cerca de 20 países diferentes. A competição, que promete ser renhida, proporcionará, «a todos os que queiram vir assistir, um evento de natação de alta competição. Serão os melhores do mundo, que têm que atingir mínimos. No entanto, paralelamente, vai haver uma competição internacional para atletas, com uma performance menos boa, que não se conseguiram apurar para o campeonato mundial», revelou António Maia, elemento do executivo da Down Syndrome International Swimming Organization (DSISO), na apresentação da prova, que teve lugar nas piscinas municipais de Albufeira, na quinta-feira passada.
O campeonato, que decorre de dois em dois anos, será organizado pela primeira vez em Portugal, reunindo naquelas piscinas da cidade algarvia um total de 700 pessoas. «São 50 pessoas do staff, 116 voluntários, cerca de 300 atletas, 200 pais, bem como toda a equipa da Câmara e das piscinas», acrescentou António Maia.É que, se até aqui os atletas com síndrome de Down competiam em igualdade de circunstâncias com os outros nadadores, hoje, já há uma organização e uma maior preocupação dos países onde existem estas classes. Tanto que alguns dos países participantes trazem para a competição, em Albufeira, vinte atletas.
O percurso de Filipe Santos, o único atleta algarvio a competir na prova internacional, mostra algumas das dificuldades com que os atletas se deparam. «O Filipe começou a ser meu aluno, em 2005, numa turma normal», contou Paulo Sousa, treinador do atleta de Alvor e que pertence à equipa da Portinado. Com os treinos intensivos, apesar de não estar no campeonato do mundo, Filipe Santos «está nas competições internacionais. Está a um segundo do mínimo para o mundial», acrescentou o treinador. Além dos entraves da comunicação entre treinador e atleta, há outras dificuldades nesta vertente da natação. «No Algarve, temos poucas classes que dêem resposta a esta população. Por isso, espero que esta prova sirva para alertar», afirmou o treinador. Na apresentação do campeonato, estava também presente Mannie NG, uma das atletas que já conhece bem os meandros da competição. A nadadora, em Albufeira, quer repetir a proeza de ganhar, conseguir «muitas medalhas» e ser campeã do mundo. Mas não são só as medalhas que são essenciais. «A importância do evento, em Albufeira, significa estar disponível para receber, apoiar e ter sensibilidade. Com um número tão elevado de atletas e de países a participar, será bom que eles levem, para os seus países de origem, uma boa imagem do município», explicou Desidério Silva, presidente da Câmara de Albufeira. No final, ficaram os elogios a esta autarquia por parte de João Pardal, presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual, pelo «que tem feito pelo desporto adaptado e pela disponibilidade em receber uma prova desta importância».
Esta sexta-feira, as piscinas municipais vão receber os treinos dos atletas, sendo que as competições têm lugar nos dias 29 e 30, bem como nos dias 2 e 3 de Dezembro.
28 de Novembro de 2008 08:19
ana sofia varela

sábado, 29 de novembro de 2008

Campeonato Mundial de Natação de atletas com T21

http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16909

Albufeira - começa hoje, dia 29 de Novembro, nas Piscinas Municipais de Albufeira o 4º Campeonato do Mundo de Natação para Atletas com Síndrome de Down. A Cerimónia de Abertura contará com a presença de Maria Cavaco Silva.
O Campeonato, que decorre até dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é organizado pela ANDDI-Portugal e pela DSISO (Federação Internacional de Natação para a Síndrome de Down) em parceria com a Câmara Municipal de Albufeira.O Campeonato irá contar com a presença recorde de 206 atletas provenientes de 24 países de todo o Mundo, a Selecção Nacional será representada por 18 atletas que partem já hoje para Albufeira onde irão entrar em estágio a partir de amanhã com treinos bidiários. O Seleccionador Nacional, José Luís Côrte-Real, salientou o espírito de grupo que se vive actualmente no seio da selecção, salientando que: «Já realizámos nove estágios nestes últimos meses e o espírito de grupo tem sido sedimentado, todos os atletas estão muito motivados e as suas reacções têm ultrapassado as minhas expectativas».Paralelamente a esta competição irá ter lugar o Torneio Internacional destinado aos atletas que atingiram Mínimos B na qualificação para este Mundial.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Britânicos estão mais dispostos a ter bebé com Down

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3348787-EI298,00.html

Da BBC Brasil
Um estudo realizado na Grã-Bretanha indica que casais parecem mais dispostos a ter um bebê portador da Síndrome de Down hoje do que na época da introdução de exames de diagnóstico pré-natal.

Segundo a Associação para Síndrome de Down britânica, em 2006 nasceram 749 crianças com o problema, comparados com 594 em 1990, um ano depois em que começaram a ser feitos os exames.
A entidade perguntou a mil casais por que decidiram seguir adiante com a gestação mesmo tendo recebido o resultado positivo para a síndrome, e descobriu que a maioria se sentia amparada por familiares e amigos, além de achar que há mais futuro para uma criança com Down hoje em dia na Grã-Bretanha.

Cerca de 20% disseram que conheciam alguém com o problema e outros 30% afirmaram sentir que a situação melhorou para os portadores da síndrome.
Ainda assim, 30% citaram motivação religiosa ou contra o aborto (legalizado no país até as 24 semanas de gestação) e outros 20% disseram que simplesmente não acreditavam no resultado do teste.

NovelaLogo após a introdução de exames invasivos como a amniocentese e a biópsia de vilo corial, realizados durante a gravidez e que apresentam um resultado definitivo sobre a presença da síndrome, o número de casos de Down caiu de 717, em 1989, a 594 no início da década seguinte.
Mas dados do Registro Nacional de Síndrome de Down mostram que o número de nascimentos de bebês com o problema aumentou cerca de 15% em relação a todos os nascidos vivos desde 2000.
Para Carol Boys, diretora da Associação para a Síndrome de Down, disse que a pesquisa mostra como as mudanças na sociedade estão influenciando as pessoas.
"Hoje em dia existe muito mais inclusão e aceitação, e as escolas tiveram um papel fundamental", afirmou.
Ela cita como exemplo dessa mudança na sociedade o fato de um dos personagens de uma das novelas mais populares da TV britânica, EastEnders, ser um bebê com a síndrome.
BBC Brasil

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pais e educadores lutam por escola inclusiva de qualidade

http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/176855

Pais e educadores lutam por escola inclusiva de qualidade
Regional 2008-11-17 10:31

Desde 1998 que pais e educadores não dão tréguas ao sistema que definiu o fim das escolas de educação especial, colocando as crianças portadoras de deficiência no ensino regular. Exigem-se mais meios técnicos e humanos
As exigências legais colocadas pelo projecto escola inclusiva , estão longe de estar observadas. No terreno, a lei “não está a ser cumprida” para desespero de pais e prejuízo dos alunos. Embora existam casos de sucesso, “muito por força da luta e persistência dos pais”, a esmagadora maioria dos casos denuncia “alguma fragilidade” da escola inclusiva, não no capítulo dos princípios mas da aplicação no terreno.
Os pais e educadores queixam-se da falta de meios e das dificuldades num acompanhamento personalizado e adequado a estas crianças, como de resto prevê a lei, nomeadamente o decreto legislativo regional 7/2006. E as dificuldades variam consoante a patologia, mas todas elas acabam por recair sobre as formas de comunicação das crianças ou jovens com os outros e dos outros com eles.
O caso dos surdos é o mais paradigmático. Sem intérpretes de língua gestual portuguesa nas salas de aulas, a frustração na comunicação é total, quer dos alunos que não compreendem o que lhes é transmitido quer dos professores que não conseguem fazer-se entender.“Como as escolas não ultrapassam esta questão básica, criam-se novos problemas: falta de estímulo, isolamento e dificuldades de aprendizagem, que acabam por desencadear uma auto-estima baixa e uma desmotivação completa”, assegura o Presidente da Associação de Surdos de São Miguel.“Eles têm tudo menos a comunicação”, diz José Grave, acrescentando que “se lhes fosse dada uma oportunidade, logo em pequenos, os surdos deixariam de ser um problema”.
A associação luta pela existência de formadores de língua gestual portuguesa, de tradutores/intérpretes nas salas de aula onde estejam integrados surdos, terapeutas da fala e professores do ensino especial que os possam acompanhar.Há muito que se fala em integração de alunos portadores de deficiência nas escolas regulares.
Em 1994, com a declaração de Salamanca, o conceito evoluiu e hoje fala-se em escola inclusiva.Em 1998 criaram-se, na Região, as primeiras escolas básicas integradas com projectos inclusivos. Terminaram as escolas de educação especial e as crianças portadoras de deficiência passaram a frequentar o ensino regular. A “integração/inclusão”, na turma regular, em regra, é feita parcialmente, de acordo com a dificuldade física ou cognitiva. O resto do tempo que passam na escola, os jovens são entregues a uma unidade especial, a Unidade de Integração para a Vida.Aí deveriam ser acompanhadas por professores especializados e terapeutas adequados ao seu grau de dificuldade como estipula o regime jurídico de educação especial que aponta para a “adequação do processo educativo aos requisitos das crianças e jovens com necessidades” através duma “pedagogia centrada nos alunos, capaz de ir ao seu encontro”.Raramente é assim. “A adequação do ensino destas crianças à sua idade e aos seus interesses, dando-lhes ferramentas para a vida futura, com vista à sua autonomia não está a ser feita”, diz Ana Mendes, mãe duma criança portadora de deficiência cognitiva que frequenta uma escola em Ponta Delgada. “Embora a minha filha tenha uma idade mental que não corresponde à física a verdade é que com 14 anos não pode estar a aprender o BA-BA porque já o sabe e precisa de outros estímulos”. Para Ana Mendes, o problema reside na “falta de atendimento personalizado”. Na sala de aula desta jovem há mais 29 alunos, divididos por 3 professores.“Eles fazem o que podem”, admite mas é “difícil acompanhar ao mesmo tempo 10 crianças em tempos lectivos”, diz Ana Mendes. Seriam necessárias “outras valências”, talvez mais” profissionalizantes” para integrar estes jovens, contribuindo para a sua progressiva autonomização.“Eles são válidos, só esperam uma oportunidade”, conclui.

Carmo Rodeia

sábado, 15 de novembro de 2008

Testemunho

Olá...

Chamo-me Ana e vivo em Évora. Não tenho filhos com trissomia 21, na realidade sou ainda solteira e não tenho filhos... Também não tenho familiares com esta"doença"... Mas gostaria de partilhar convosco a minha opinião a respeito destetema. Gostava de partilhar convosco a minha pequena história. A história do afectoque sinto por estes seres humanos, talvez os mais dignos de assim serem chamados.Acabei de ver duas mães fantásticas, com filhos com esta "doença". Talvez se questionem porque escrevo esta palavra horrível entre aspas. No final da minha história, irei explicar porque o faço. Fui uma criança feliz e, apesar de não ter crescido no meio destas pessoas maravilhosas, aprendi a olhar os outros, e a respeitar as suas diferenças e limitações. Temos tantas, não é verdade? Cada um de nós, sem excepção. Lembro-me da primeira vez que vi um ser humano com esta "doença". Chamava-se Jorge. Tinha um irmão aparentemente saudável. A mãe nunca o tratou de forma diferente (felizmente). Esta senhora, que morava numa pequena aldeia no Alentejo, teria, segundo algumas pequenas mentes, todos os motivos para o esconder, mas nunca o fez. Acompanhava-o todos os dias ao café, mostrava-o, orgulhosa, passeava com ele todosos dias. Um dia, o irmão deste jovem faleceu, tinha apenas 20 anos. Foi uma morte súbita, impossível de prever, difícil de esquecer e superar. Aquela mãe, apesar de toda a dor, teve ali um motivo para se erguer e caminhar em frente. Com a força de mil cavalos, levantou-se, sorriu de novo perante aquele outro filho, tão merecedordos seus sorrisos quanto o outro, que acabara de perder. Por vezes, e por amizade a mim, levava-me a passear com o filho. Não sei se é normal, mas sempre achei curioso o facto de estes seres humanos olharem muito para mim, como se me invadissem a alma, sem cerimónia mas com a minha autorização. O Jorge olhava assim para mim. Como se, quando estava comigo, eu fosse o centro da sua atenção. Um dia, o Jorge olhou-me, como tantas outras vezes, e em seguida desviou o olhar para a mãe e disse "a Ana é bonita". Digo-vos, com toda a sinceridade, foi talvez a única altura da minha vida em que, de facto, me achei bonita. Pode parecer ridículo, isto que digo, é apenas um pequeno exemplo mas que me tocou profundamente. O olhar dele, juntamente com aquelas palavras, fizeram-me sentir a pessoa mais bonita do mundo. Choro muitas vezes, ao lembrar-me da profundidade daquele ser humano, que entre tantas pessoas, me soube fazer sentir especial. Era um ser humano, repleto de alegria e amor. Tinha uma gargalhada contagiante... E falo no passado, porque um dia, o Jorge deixou-nos. Faleceu junto da mãe, devido a outros problemas de saúde que tinha. Aquela mãe perdeu os seus dois filhos daquela forma, mas ainda mantém um sorriso nos lábios, soube conviver com a dor. Essa dor permanece sempre dentro dela, mas aquele filho ensinou-lhe tanto, tanto... Nos meus 26 anos de existência, sempre senti que o meu futuro passaria por lidar, de alguma forma, com estas pessoas maravilhosas. Ainda não o fiz, não por medo ou falta de coragem... Não sei o motivo da espera, talvez o futuro me aproxime das pessoas certas, que me consigam encaminhar para algum centro ou associação que me ajude a realizar este meu sonho e desejo. Existe muito amor dentro de mim. E talvez seja esse amor que sinto, que faz com que estas pessoas me sorriam muitas vezes, quando por elas passo na rua. É como se me reconhecessem, de alguma forma. Será que isto é possível? Choro, enquanto escrevo tudo isto, por tanto que me faz sentir. Surge agora a explicação, por escrever "doença". Sinceramente, dentro de mim, eu sinto que estas pessoas são abençoadas, são como anjos que caem nos braços de mães como as que vi agora na televisão, para lhes dar e ensinar o verdadeiro significado da palavra"amor". Não os vejo como doentes, perdoem-me os médicos. São capazes de "derreter" o mais frio dos corações, são capazes de dar as maiores provas de amizade e de amor alguma vez dadas, sentem-nos e adivinham as nossas emoções como poucas pessoas...Isto tudo para vos dizer, abençoados sejam os vossos filhos, por nos contagiarem comos seus sorrisos sinceros. Perdoem-me o desabafo... Mas senti vontade de partilhar tudo isto convosco, na esperança de que um dia eles passem na rua e ninguém olhe para eles de forma diferente.

Cumprimentos...

Ana Vinagre