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Piscinas municipais de Albufeira recebem, a partir desta sexta-feira, três centenas de atletas com síndrome de Down, numa competição que pretende apurar o próximo campeão do mundo.
Os 18 atletas da selecção portuguesa já começaram o estágio para o 4º Campeonato do Mundo de Natação Síndrome de Down, nas piscinas municipais de Albufeira, na segunda-feira passada, mas, a partir de hoje e até dia 3 de Dezembro, têm que partilhá-las com os nadadores rivais, oriundos de cerca de 20 países diferentes. A competição, que promete ser renhida, proporcionará, «a todos os que queiram vir assistir, um evento de natação de alta competição. Serão os melhores do mundo, que têm que atingir mínimos. No entanto, paralelamente, vai haver uma competição internacional para atletas, com uma performance menos boa, que não se conseguiram apurar para o campeonato mundial», revelou António Maia, elemento do executivo da Down Syndrome International Swimming Organization (DSISO), na apresentação da prova, que teve lugar nas piscinas municipais de Albufeira, na quinta-feira passada.
O campeonato, que decorre de dois em dois anos, será organizado pela primeira vez em Portugal, reunindo naquelas piscinas da cidade algarvia um total de 700 pessoas. «São 50 pessoas do staff, 116 voluntários, cerca de 300 atletas, 200 pais, bem como toda a equipa da Câmara e das piscinas», acrescentou António Maia.É que, se até aqui os atletas com síndrome de Down competiam em igualdade de circunstâncias com os outros nadadores, hoje, já há uma organização e uma maior preocupação dos países onde existem estas classes. Tanto que alguns dos países participantes trazem para a competição, em Albufeira, vinte atletas.
O percurso de Filipe Santos, o único atleta algarvio a competir na prova internacional, mostra algumas das dificuldades com que os atletas se deparam. «O Filipe começou a ser meu aluno, em 2005, numa turma normal», contou Paulo Sousa, treinador do atleta de Alvor e que pertence à equipa da Portinado. Com os treinos intensivos, apesar de não estar no campeonato do mundo, Filipe Santos «está nas competições internacionais. Está a um segundo do mínimo para o mundial», acrescentou o treinador. Além dos entraves da comunicação entre treinador e atleta, há outras dificuldades nesta vertente da natação. «No Algarve, temos poucas classes que dêem resposta a esta população. Por isso, espero que esta prova sirva para alertar», afirmou o treinador. Na apresentação do campeonato, estava também presente Mannie NG, uma das atletas que já conhece bem os meandros da competição. A nadadora, em Albufeira, quer repetir a proeza de ganhar, conseguir «muitas medalhas» e ser campeã do mundo. Mas não são só as medalhas que são essenciais. «A importância do evento, em Albufeira, significa estar disponível para receber, apoiar e ter sensibilidade. Com um número tão elevado de atletas e de países a participar, será bom que eles levem, para os seus países de origem, uma boa imagem do município», explicou Desidério Silva, presidente da Câmara de Albufeira. No final, ficaram os elogios a esta autarquia por parte de João Pardal, presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual, pelo «que tem feito pelo desporto adaptado e pela disponibilidade em receber uma prova desta importância».
Esta sexta-feira, as piscinas municipais vão receber os treinos dos atletas, sendo que as competições têm lugar nos dias 29 e 30, bem como nos dias 2 e 3 de Dezembro.
28 de Novembro de 2008 08:19
ana sofia varela
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